20081226

Um pouco de uma coisa qualquer

Arde a febre dos que tudo têm e nada pensam ter,
como uma chama que existe para me esconder.

Quando me liberta da sua palma,
esta chama que tudo consome,
leva-me a alma,
leva-te e some.

Oh! chama estática porque foges?
Como posso viver sem alma,
aqui neste paraíso de torpes?

O falso dilema

Sou um dilema eufemizado,
mais ou menos desvendado,
repetitivo e embelezado,
pelas balas da vida perdida.

Meia morta divago,
pelo pensamento envenenado,
pronto a ser desmembrado,
por uma faca esquecida.

Chateia-me a clareza,
quero-a manter encarcerada,
amordaçada,
disfarçada por uma vida ridícula.