20100411

A Morte da Dor

O que há para sentir de mau?
Chuva fria em pele quente,
num dia enlouquente,
em que me quero matar.

A chuva fria, tão fria,
obriga-me a ficar,
a olhar o céu encoberto
tão feio, tão único,
horrivelmente belo.

Tu, só tu,
que me manténs aqui,
tu que eu desconheço,
mas é dos teus ossos,
da tua pele,
e dos teus olhos cor de mel
que de amores padeço.

Amor, amor...
o sentir no seu esplendor,
amor abrasador
que matas o frio
desta chuva de dor.

Voar no chão

Dança, dança,
com o piano,
avança, avança,
no meu olhar.

Salta, salta,
que espanto!
Voa, voa,
sem voar.

Bailarina és perfeita.
Nessa dança,
com a musica,
numa matança do entediar,
levas-me contigo
e eu nem saio do lugar.