20080915

Necrofagia mental.

Ouço a mesma musica repetidamente. Ao seu ritmo, ela conta o tempo que prende a minha mente envolta nos cordeis. Continua sempre igual na sua caminhada, mas eu quero ficar aqui. Já estou cansada e sei que amanhã mais cansada ficarei.
Ontem estava sol e as nuvens arrastavam-se brancas e pálidas num movimento preguiçoso. Sabia tão bem ver o céu daqui ontem.
Então foi quando achei o meu corpo abandonado numa vala, meio morto como o deixei. Pu-lo em cima duma maca que estava à entrada do parque e lá fui eu e o meu corpo, a rolarmos os dois rua abaixo em direção ao mar.
A areia estava tão áspera que massajava os meus pés. Deitei-me e adormeci. Sonhei com pessoas. No meu sonho o mundo tinha asas mas não sabia voar. As pessoas que o habitavam nasciam do chão como rabanetes e os pássaros por vezes comiam os seus encefalos quando elas não eram arrancadas do chão já maduras.
Acordei. A maré tinha-se aproximado dos meus pés com vontade de me afogar. Pena não ter ficado no sonho, à espera que viesse um pintassilgo mordiscar-me o pensamento.

1 comentário:

Anónimo disse...

posso ser parvo? (para quê autorização? :D )

" Ontem estava sol e as nuvens arrastavam-se brancas e pálidas num movimento preguiçoso. Sabia tão bem ver o céu daqui ontem. "

Eu, ana teresa, tenho assunto/não tenho assunto para escrever mais textos (riscar o que não interessa)

fodasse. se já chegaste a este ponto, agora é começar a escrever sobre o benfas e o pessoal que faz panquecas com cortadores de relva. e aquele que tem aulas de samba homossexual com jardineiras?
ui.
take care *