20090711

Rita

A Rita entrou assim na minha vida: de repente.

Um dia acordei em casa da Avó Arlete e lá estava um bebé novo, deitado ao pé de mim, com uns olhos gigantes e sorridentes, seis meses mais novo que eu.

"Quem é esta?" pensei eu, se é que já conseguia articular algum pensamento... um bebé de 36 meses já pensa qualquer coisa.

Ela, alí, há espera que eu, a sua prima mais velha, desse o primeiro passo, olhou-me e começou a aproximar as suas mãos rechonchudas da minha cara. Tocou-me, riu-se.

Foi nesse dia que começou tudo: as brincadeiras, as lutas, as disputas pela comida e pelos triciclos, que acabou comigo a ficar com o mais pequeno e mais feiozo. Mas, acho que na realidade nem me importava.

A Rita. A Rita assistiu a tudo, aos choros, às mijadelas nas cuecas provocadas por ela, às tardes quentes de verão a correr no quintal, às explorações do quintal das vizinhas e principalmente aos ralhetes achinelados da avó.

Agora, quase todos os dias gozamos uma com a outra e inevitavelmente continuamos com o mesmo jeito de criança que tínhamos no primeiro dia em que nos conhecemos.

2 comentários:

Anónimo disse...

acho que está tudo dito. A Avó Arlete é que aturava com a canalha toda ..

Ainda continuamos as mesmas desde no início, até termos 80 anos e andarmos de bengala pela rua acima, com uma mega competição de "quem é que tem mais doenças".

*

Rita disse...

ah , e gostei da referência à minha pessoa :D