20090512

Chove na cidade

O estuque com infiltrações,
as paredes humedecidas,
os homens mortos com canções,
retratos sangrentos das suas vidas.

As calçadas sujas,
os canteiros devastados,
rios de águas turvas,
onde navegam corações despedaçados.

O ar intoxicante,
o céu tingido de cinzento,
a minha mente asfixiante,
que se deixa levar pelo vento.

A chuva que molha as fachadas,
o meu guarda-chuva torto,
as minhas mãos geladas
e o meu andar silencioso.

O meu olhar que se apaga
no meu corpo cansado,
quer esquecer a mágoa
que se estende neste mundo depravado.

2 comentários:

agniak disse...

oh, já tinha lido este.
só mundos depravados, só mundos depravados. isso querias tu!

Rita disse...

Quando não chove é bem mais agradável.